quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Eu sou os livros que leio, os lugares que conheço, as pessoas que amo. Eu sou as orações que faço, as cartas que recebo, os sonhos que tenho. Eu sou as decepções por que passei, as pessoas que perdi, as dificuldades que superei. Eu sou as coisas que descobri, as lições que aprendi, os amigos que encontrei. Eu sou os pedaços de mim que levaram, os pedaços de alguns que ficaram, as memórias que trago. Eu sou as cores que gosto, os perfumes que uso, as músicas que ouço. Eu sou os beijos que dei, sou aquilo que deixei e aquilo que escolhi. Eu sou cada sorriso que abri, cada lágrima que caiu, cada vez que menti. Eu sou cada um dos meus erros, cada perdão que não soube dar, cada palavra que calei. Eu sou cada conquista alcançada, cada emoção controlada, cada laço que criei. Eu sou cada promessa cumprida, cada calúnia sofrida, a indiferença que se formou. Eu sou o braço que poucas vezes torceu, a mão que muitas outras se estendeu, a boca que não se calou. Eu sou as lembranças que tenho, os objetivos que traço, as mudanças que sofrerei. Eu sou a infância que tive, sou a fé que carrego e o destino que reinventei. Existo lembranças e nostalgias. Sinto poesia em tudo. Tenho fogo na imaginação e paixão por palavras. Faço silêncio sempre. Vivo serenamente nos extremos. Tenho devaneios e epifanias constantes. Escrevo simples. Faço da minha vida uma prosa lúcida. Sinto muito, preciso sentir. Bailo ao som de minha própria melodia. Escrevo para dar voz aos seus silêncios e para não esquecer. Tenho sempre uma dúvida e uma melancolia. Tenho sempre uma esperança, uma fé e uma certeza. Eu percorri muito lugares, conheci muitas pessoas, vi muitas coisas. Na realidade eu estava a procura de algo, e por incrível que pareça eu nem sei pelo que eu procuro. Mas toda vez que eu me pego pensando, e me interrogando sobre isso eu nunca obtenho uma resposta. Mas nem sempre o que a vida lhe pede é aquilo que a vida lhe dá. Apenas acho que devemos correr atrás do que é melhor para nós mesmos. Apenas tento fazer a minha vida algo melhor do que já vi, do que já ouvi. Mas eu não procuro a perfeição e ninguém, muito menos quero que procurem isso em mim. Mas como dizem o acreditar é o primeiro passo de muitos outros a serem dados. Entretanto eu caminho por uma estrada solitária, sempre foi assim, a minha sombra e a minha única companheira. Tenho um grande desejo que alguém me encontre. Mas por enquanto eu continuo a caminhar sozinho. Por isso eu me interrogo se eu estou realmente vivo. Por que eu não me sinto de fato vivo.